O nada está cheio de tudo que pensamos e sonhamos. Quando alguém que voa em pensamentos é interpelado por outra pessoa, e esta lhe pergunta sobre o que está pensando, a primeira resposta é – nada. Isto não quer dizer que a pessoa pensava em vazio, mas que sua mente percorria muitos caminhos e lembranças, então o nada vem carregado de todas as memórias que deixavam repleto seu pensamento.
O nada está repleto de tudo e de todos. De tudo que já vivemos, de tudo que sonhamos viver e do agora, de todos que já dividiram conosco a caminhada ou que simplesmente em um dado momento, bom ou ruim, cruzou nossos passos.
O nada é uma imensidão de tudo, de todos, de algo ou de alguém, não é esquecimento, ele está carregado de muitas memórias cheias de caminhos, rostos, momentos, sombras, de medos e desejos vividos ou não.
Somos um profundo e ininteligível poço de águas aparentemente calmas e turvas que jaz adormecido até que alguém, ou nós mesmos, cisma de atirar uma pedrinha para ver o que ocorre, ou se ainda há água para matar a sede. Aí se formam aqueles anéis circuncêntricos que neste caso vão narrando nossa história e despertando cada um dos duendes adormecidos, arrinconados em cantos de nossa memória e, que ali estavam catalépticos a espera do beijo mágico do príncipe ou da princesa (depende do gênero) para despertar e causar, na maioria das vezes, um desastre em nossa vida, que transcorria tão mansa como um dia sem nuvens. Um poço que parecia vazio e estava repleto de tudo e de todos, que de aí vão saindo num espiral furioso como um redemoinho destes que costumam trazer em seu bojo o moleque risonho das fábulas brasileiras, o saci! Num revoar de folhas secas que se havia amontoado para queimar depois no fogo das saudades dormidas.
Assim é o nada, é o vazio. Somos nós disfarçados de natureza morta retratados na tela do tempo.
Isiara Mieres Caruso
Dez 2004
O nada está repleto de tudo e de todos. De tudo que já vivemos, de tudo que sonhamos viver e do agora, de todos que já dividiram conosco a caminhada ou que simplesmente em um dado momento, bom ou ruim, cruzou nossos passos.
O nada é uma imensidão de tudo, de todos, de algo ou de alguém, não é esquecimento, ele está carregado de muitas memórias cheias de caminhos, rostos, momentos, sombras, de medos e desejos vividos ou não.
Somos um profundo e ininteligível poço de águas aparentemente calmas e turvas que jaz adormecido até que alguém, ou nós mesmos, cisma de atirar uma pedrinha para ver o que ocorre, ou se ainda há água para matar a sede. Aí se formam aqueles anéis circuncêntricos que neste caso vão narrando nossa história e despertando cada um dos duendes adormecidos, arrinconados em cantos de nossa memória e, que ali estavam catalépticos a espera do beijo mágico do príncipe ou da princesa (depende do gênero) para despertar e causar, na maioria das vezes, um desastre em nossa vida, que transcorria tão mansa como um dia sem nuvens. Um poço que parecia vazio e estava repleto de tudo e de todos, que de aí vão saindo num espiral furioso como um redemoinho destes que costumam trazer em seu bojo o moleque risonho das fábulas brasileiras, o saci! Num revoar de folhas secas que se havia amontoado para queimar depois no fogo das saudades dormidas.
Assim é o nada, é o vazio. Somos nós disfarçados de natureza morta retratados na tela do tempo.
Isiara Mieres Caruso
Dez 2004
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