Bem-aventurado o dom da poesia,
que pode entre palavras,
ora quentes,
ora frias,
expressar o que traduz a alma,
transbordando de tristeza,
explodindo de alegria.
Bem-aventuradas as palavras,
que através da poesia
fazem renascer o amor,
realizando os sonhos
e as quimeras,
apaziguando o ódio,
que a muitos desespera.
Bem-aventurada a poesia,
que pode expressar com harmonia
o que , com cores,
luzes,
gestos,
sincronias,
nos dizem as palavras :
quentes,
mornas,
frias.
Escrever é uma maneira de pensar no papel... Para atrever-se a escrever é preciso disposição de abrir-se à mirada do outro, reconhecer-se como sujeito aprendente, como sujeito autor, como sujeito pensante, para que outros questionem seu pensamento concorde ou não com ele ou até mesmo apenas o apreciem como quem aprecia a uma obra de arte. Isiara Caruso
sexta-feira, novembro 10, 2006
quinta-feira, novembro 02, 2006
Vida
Vida, o que é, que não seja vida,
que não seja êxtase,
que não tenha sentimento,
que não tenha sentido
e não tenha sido momento:
momento de vida:
o amor,
os filhos,
o trabalho,
os sonhos;
momentos de alegria:
do amor,
dos filhos,
do trabalho,
dos sonhos;
momentos de angústia:
pelo amor,
pelos filhos,
pelo trabalho,
pelos sonhos;
momentos de suspense:
nos amores,
nos filhos,
no trabalho,
nos sonhos;
momentos de tristeza, de partida:
dos amores,
dos filhos,
do trabalho,
dos sonhos;
momentos de esperança:
no amor,
pelos filhos,
no trabalho,
pelos sonhos;
momentos de certeza:
do amor recebido,
do querer dos filhos,
dos frutos da criação,
do trabalho cumprido,
da realização dos sonhos.
Isiara Mieres Caruso
01/11/2006
que não seja êxtase,
que não tenha sentimento,
que não tenha sentido
e não tenha sido momento:
momento de vida:
o amor,
os filhos,
o trabalho,
os sonhos;
momentos de alegria:
do amor,
dos filhos,
do trabalho,
dos sonhos;
momentos de angústia:
pelo amor,
pelos filhos,
pelo trabalho,
pelos sonhos;
momentos de suspense:
nos amores,
nos filhos,
no trabalho,
nos sonhos;
momentos de tristeza, de partida:
dos amores,
dos filhos,
do trabalho,
dos sonhos;
momentos de esperança:
no amor,
pelos filhos,
no trabalho,
pelos sonhos;
momentos de certeza:
do amor recebido,
do querer dos filhos,
dos frutos da criação,
do trabalho cumprido,
da realização dos sonhos.
Isiara Mieres Caruso
01/11/2006
domingo, setembro 24, 2006
sexta-feira, setembro 15, 2006
Anos passados
Que coisa boa,
conversar, rir à toa,
lembrar da vida que seguiu
àquela que se dividiu na esquina,
que nos perdeu em horizontes,
e nos fez viver distantes
do sonho que nos unia
nos bons tempos de guria.
Uma tarde, um sofá,
ou melhor dois,
nós duas
e entre nós o tempo,
os anos dourados,
muitos fatos, muitos atos,
muita chuva, muito sol,
muito amor, tanta dor.
Dois caminhos
divididos, separados.
Muito carinho
há muito compartilhado
e agora reencontrado:
na palabra
na poesia
no retrato,
no relato.
Perdemos “as asas de cera”
Ganhamos, alçamos vôo.
De Isiara
Para a amiga Inara Passos
conversar, rir à toa,
lembrar da vida que seguiu
àquela que se dividiu na esquina,
que nos perdeu em horizontes,
e nos fez viver distantes
do sonho que nos unia
nos bons tempos de guria.
Uma tarde, um sofá,
ou melhor dois,
nós duas
e entre nós o tempo,
os anos dourados,
muitos fatos, muitos atos,
muita chuva, muito sol,
muito amor, tanta dor.
Dois caminhos
divididos, separados.
Muito carinho
há muito compartilhado
e agora reencontrado:
na palabra
na poesia
no retrato,
no relato.
Perdemos “as asas de cera”
Ganhamos, alçamos vôo.
De Isiara
Para a amiga Inara Passos
sábado, setembro 09, 2006
quarta-feira, agosto 30, 2006
Quando...
Quando eu for manhã,
manhã recém despertada,
serei orvalho
que caiu na madrugada,
serei aurora
ainda adormecida,
serei tu'alma enamorada.
Isiara Mieres Caruso
30/08/2006
manhã recém despertada,
serei orvalho
que caiu na madrugada,
serei aurora
ainda adormecida,
serei tu'alma enamorada.
Isiara Mieres Caruso
30/08/2006
domingo, agosto 27, 2006
O tempo
Lá atrás daquele morro
passa o tempo e a hora,
também passam todos sonhos
dizem adeus e vão embora.
Lá atrás daquele tempo,
passa o sonho, passa a hora,
também passam fantasias
dizem adeus e vão embora.
Bem atrás daquela hora
passa o sonho, passa o tempo.
Passam ali e pela vida
dizem adeus e vão embora.
Isiara Mieres Caruso
passa o tempo e a hora,
também passam todos sonhos
dizem adeus e vão embora.
Lá atrás daquele tempo,
passa o sonho, passa a hora,
também passam fantasias
dizem adeus e vão embora.
Bem atrás daquela hora
passa o sonho, passa o tempo.
Passam ali e pela vida
dizem adeus e vão embora.
Isiara Mieres Caruso
domingo, agosto 13, 2006
sábado, agosto 05, 2006
Lágrima
A palabra é vida,
traduz a alma em letras
pinta a vida em poesia.
A palavra é
ora morna,
por vezes fria,
quente,
escaldante talvez.
Porém se ferida,
ela, a palavra, escorre
se transforma em lágrima
ora morna,
traduz a alma em letras
pinta a vida em poesia.
A palavra é
ora morna,
por vezes fria,
quente,
escaldante talvez.
Porém se ferida,
ela, a palavra, escorre
se transforma em lágrima
ora morna,
quiçá fria,
quente,
escaldante outra vez.
Derretida!
Isiara Mieres Caruso
quente,
escaldante outra vez.
Derretida!
Isiara Mieres Caruso
Desenho de Ana Paula Caruso
30/07/2006
30/07/2006
sexta-feira, julho 28, 2006
Inspiración
La inspiración es como un rosal
si bien podado, suele tener espinas,
pero regala flores
que perfuman las manos
que por veces se desangran,
desangran en palabras
y como ellas
las rosas
suelen ser bellas
o herir como un puñal,
dejando huellas inolvidables
como su perfume.
Isiara Mieres Caruso
si bien podado, suele tener espinas,
pero regala flores
que perfuman las manos
que por veces se desangran,
desangran en palabras
y como ellas
las rosas
suelen ser bellas
o herir como un puñal,
dejando huellas inolvidables
como su perfume.
Isiara Mieres Caruso
Será?
Que tempo é este
que me viu menina
e hoje me vê senhora
e ‘inda não virou a esquina?
Será que ele passou?
Será que ele demora?
Ou será que fui eu,
que passei
e que perdi a hora?
Isiara Mieres caruso
1999
que me viu menina
e hoje me vê senhora
e ‘inda não virou a esquina?
Será que ele passou?
Será que ele demora?
Ou será que fui eu,
que passei
e que perdi a hora?
Isiara Mieres caruso
1999
sábado, julho 22, 2006
"Desobjetar"
Fazer-se humano:
o manipulado,
o subjugado,
liberar o títere
de seu encordoado.
Isiara Mieres Caruso
o manipulado,
o subjugado,
liberar o títere
de seu encordoado.
Isiara Mieres Caruso
domingo, julho 16, 2006
Vida
Chuva que já choveu/
água que já molhou/
tempo que já fluiu/
vida que já passou/
beijo que já beijou/
amor que ama/
e que não tem medida/
que já molhou/
que já choveu/
que já fluiu/
que ainda é vida/
e que todavia beija.
Isiara Caruso
água que já molhou/
tempo que já fluiu/
vida que já passou/
beijo que já beijou/
amor que ama/
e que não tem medida/
que já molhou/
que já choveu/
que já fluiu/
que ainda é vida/
e que todavia beija.
Isiara Caruso
quinta-feira, julho 13, 2006
Cicatrizes do tempo
O tempo escorre entre os dedos.
A mão crispada se fere.
A carne sangra.
Vai consumindo a vida.
Que flui.
Que sorri.
Que chora.
Que sofre.
Que esquece.
Na mão que se abre.
O tempo voa.
A palma cicatriza.
A vida agoniza.
A marca fica.
Na dor que magoa.
Isiara Mieres Caruso
A mão crispada se fere.
A carne sangra.
Vai consumindo a vida.
Que flui.
Que sorri.
Que chora.
Que sofre.
Que esquece.
Na mão que se abre.
O tempo voa.
A palma cicatriza.
A vida agoniza.
A marca fica.
Na dor que magoa.
Isiara Mieres Caruso
Segredos do mar
Que segredos tem o mar
que traz no seu vai e vem
da onda que quebra na praia
com notícias de alguém.
A onda no seu sussurro
murmurou pra maresia,
cochichou p’ra gaivota,
que foi contar o que ouvia.
Escutou tudo a andorinha,
que estava pousada no fio
e a notícia correu solta
e fez toda a travessia.
Isiara Mieres Caruso
que traz no seu vai e vem
da onda que quebra na praia
com notícias de alguém.
A onda no seu sussurro
murmurou pra maresia,
cochichou p’ra gaivota,
que foi contar o que ouvia.
Escutou tudo a andorinha,
que estava pousada no fio
e a notícia correu solta
e fez toda a travessia.
Isiara Mieres Caruso
Mosaico
Pedaços de luar
se estilhaçam na janela
ao transpassar o vidro,
que não se quebra com seu brilho.
A luz se reparte em setas
que correm soltas pela sala
buscando pedaços de sonhos,
para o mosaico da noite pintar.
Isiara Mieres Caruso
se estilhaçam na janela
ao transpassar o vidro,
que não se quebra com seu brilho.
A luz se reparte em setas
que correm soltas pela sala
buscando pedaços de sonhos,
para o mosaico da noite pintar.
Isiara Mieres Caruso
domingo, junho 04, 2006
Que tempo esse...
Não sei bem porque de repente me encontrei pensando sobre estas coisas de tempo e de fatos. Talvez porque pela manhã o locutor da rádio disse um poema que falava de pais e filhos e desta coisa de estar e não estar presente um na vida do outro. Fazia o poema uma relação entre o jogo de esconde- esconde que se brinca quando se é criança, um fica com o rosto escondido sob os braços elevados sobre a cabeça e de encontro à parede e vai contando. E assim os outros vão se escondendo esperando não serem encontrados.
Essa ideia me fez viajar a um
passado, para mim não muito remoto, mas ao mesmo tempo tão distante como os
trinta e três anos de meu filho mais velho, que em um destes jogos saiu de meu
ângulo de visão e quando grito: “Já estou indo.”, “Quente ou frio?” E neste espaço,
ficou apenas um grande vazio de onde ecoavam vozes que aos poucos foram mudando
de timbre e de assunto, de fazeres e de afazeres.
Agora, quando busco por eles,
meus filhos, meus horizontes se nublam e os vejo na mesma posição aquela de
contar para que outros se escondam. Agora eu consigo mirar e admirar este jogo
que de certa forma fazem todos os seres humanos e creio que até hoje não
encontraram a resposta para esta forma de vida, somente um grande vazio ao
final. E um eco que repete e repete sem poder dizer nada de novo. E do ribombar
dos trovões (naquelas nuvens) se lançam centelhas elétricas aos ares e aos
corações, resta apenas gotas de uma chuva que não cai dos céus, mas que tece
véus nos olhos que tentam reviver o passado.
Quando crescemos queremos
formar uma família. Esta família passa a consumir o nosso tempo e nos perdemos
dela, que vai crescendo e se multiplicando em tantas outras onde o mesmo volta
a acontecer. Cada um vive no seu próprio mundo, enredado em seus próprios
pensamentos, crendo que está fazendo tudo da melhor maneira possível para ser e
fazer outros felizes e sequer escuta o que os demais dizem ou tentam dizer,
sequer ouve-se a si mesmo. Fala no vazio.
Creio que as relações e a vida
deveriam encontrar o fio desta meada que se desenrola e se enche de nós ao
longo do tempo e ao longo da história das famílias que vivem um não sei que de
relações, onde nem sempre se ouve e se vê o outro que está ao nosso lado. Quase
sempre vemos apenas a nós mesmos e nossos fantasmas que vão e voltam enquanto
contamos para que nossos pequenos desapareçam de nossa vista e se tornem como
nós mesmos, adultos que se perdem no emaranhado do tempo.
Seres racionais que
irracionalmente tentam viver um mundo onde a emoção do outro geralmente nos
causa dano, nos magoa e onde a nossa faz o mesmo com os demais.
Aí nos damos conta que já é
sexta-feira e parece que ontem foi domingo e deveríamos ter ido visitar aos
nossos pais, ou aos nossos netos, ou aos nossos filhos, mas tínhamos que fazer
algo.
O que era mesmo?
Não lembramos mais e já se
passou outra semana, outro mês, outro ano. E baixamos os braços, abrimos os
olhos e gritamos:- Já estou indo...
Mas aí já é muito tarde. Talvez
nossos pais já se tenham partido, ou nossos filhos partido em busca de algo
mais para que seus filhos vivam melhor. E bem, começa tudo outra vez. Lá estão
eles de olhos fechados contando:- Um, dois, três...
Que tempo é esse tão atemporal
que nos faz perder-nos da vida e seus encantos?
quinta-feira, junho 01, 2006
Insônia
A lua me espreita
é indiscreta, eu sei.
mas me olha...quieta,
com olhar de desdém!
Talvez de pena até,
pois meus olhos não adormecem,
minha mente vagueia,
o sono fugiu de mim.
E nestas noites insones,
meus fantasmas me olham
de um passado, por vezes muito próximo.
Os oceanos dos sonhos não fluem,
estão aí parados com pequenas marolas.
As noites de insônia
assolam as minhas,
e nelas as estrelas piscam mentirosas,
falando de sonhos que sonhei,
mas que não vivi,
de revoadas de pássaros que não vi
ao despertar nas manhãs,
se não dormi.
E deixaram penas,
que se amontoam em minhas culpas,
em memórias que jamais esqueço,
mas que com freqüência já esqueci.
Isiara Mieres Caruso
segunda-feira, maio 29, 2006
O rio
O rio se juntou ao mar
E fez um desenho bonito,
Delineou o horizonte,
Demarcando o infinito.
O rio demarcou o mar,
Delineou-o bonito!
Fez o traço do horizonte
e se juntou ao infinito.
O rio delineou o mar,
em um desenho bonito,
juntou o traço do horizonte
e fez surgir o infinito.
Isiara. 2005
E fez um desenho bonito,
Delineou o horizonte,
Demarcando o infinito.
O rio demarcou o mar,
Delineou-o bonito!
Fez o traço do horizonte
e se juntou ao infinito.
O rio delineou o mar,
em um desenho bonito,
juntou o traço do horizonte
e fez surgir o infinito.
Isiara. 2005
Trencemos un piolín
Trencemos un piolín
para darles alas a nuestros barriletes,
para que con ellos podamos volar
en nuevos o antiguos cielos,
con nubes o quizá sin velos,
con sol o en la niebla,
aunque después de la lluvia
mas allá del arco iris.
Isiara
para darles alas a nuestros barriletes,
para que con ellos podamos volar
en nuevos o antiguos cielos,
con nubes o quizá sin velos,
con sol o en la niebla,
aunque después de la lluvia
mas allá del arco iris.
Isiara
terça-feira, maio 09, 2006
A voz do silêncio
A sinfonia do silêncio
amanheceu na retina da noite,
violou meus sentidos,
adormecidos...
cansados dos ruídos da vida,
do seu açoite.
De quimeras...
cansada.
A voz do silêncio
acalentou meu coração,
acomodou meus ais,
num doce abraço,
de silêncios ocos
de palavras mudas,
de marcas transpassadas.
Isiara Caruso
15/11/02
amanheceu na retina da noite,
violou meus sentidos,
adormecidos...
cansados dos ruídos da vida,
do seu açoite.
De quimeras...
cansada.
A voz do silêncio
acalentou meu coração,
acomodou meus ais,
num doce abraço,
de silêncios ocos
de palavras mudas,
de marcas transpassadas.
Isiara Caruso
15/11/02
sábado, maio 06, 2006
Alegria
Alegria tem que ver com leveza,
com soltura de gesto,
com desprendimento.
Alegria tem que ver com beleza,
com liberação de afeto,
com sentimento.
Alegria tem que ver com alegria,
com pensar, viver, sonhar,
com pensamento.
Alegria tem que ver com fantasia,
com ser feliz, com desangustiar,
com sofrimento.
Isiara
27/07/2005
com soltura de gesto,
com desprendimento.
Alegria tem que ver com beleza,
com liberação de afeto,
com sentimento.
Alegria tem que ver com alegria,
com pensar, viver, sonhar,
com pensamento.
Alegria tem que ver com fantasia,
com ser feliz, com desangustiar,
com sofrimento.
Isiara
27/07/2005
sexta-feira, maio 05, 2006
Jugando con las palabras
¿amor?
¿des-amor?
¿des-amarse?
¿desarmarse?
¿aceptar?
¿aceptarse?
Re significar,
Resignificarse.
Amarse más.
Amarme más...Prevenido...
“Pre-venido”
“pre-venir”.
¿estar antes?
¿llegar antes?
Preocupado...
“pre-ocupado”
“pre-ocuparse”
¿ocuparse antes?
¿vivir antes?
¿sufrir antes de vivir?
Re-significar la vida.
¿el olvido?
¿por qué?
¿Yo?
¿el otro?
¿nosotros?
¿culpa?
¿culpable?
¿des-culpable?
¿celos?
¿cuerpo?
¿dolor?
¿inseguridad?
Isiara Mieres Caruso
¿des-amor?
¿des-amarse?
¿desarmarse?
¿aceptar?
¿aceptarse?
Re significar,
Resignificarse.
Amarse más.
Amarme más...Prevenido...
“Pre-venido”
“pre-venir”.
¿estar antes?
¿llegar antes?
Preocupado...
“pre-ocupado”
“pre-ocuparse”
¿ocuparse antes?
¿vivir antes?
¿sufrir antes de vivir?
Re-significar la vida.
¿el olvido?
¿por qué?
¿Yo?
¿el otro?
¿nosotros?
¿culpa?
¿culpable?
¿des-culpable?
¿celos?
¿cuerpo?
¿dolor?
¿inseguridad?
Isiara Mieres Caruso
Nem tão vazio...
O nada está cheio de tudo que pensamos e sonhamos. Quando alguém que voa em pensamentos é interpelado por outra pessoa, e esta lhe pergunta sobre o que está pensando, a primeira resposta é – nada. Isto não quer dizer que a pessoa pensava em vazio, mas que sua mente percorria muitos caminhos e lembranças, então o nada vem carregado de todas as memórias que deixavam repleto seu pensamento.
O nada está repleto de tudo e de todos. De tudo que já vivemos, de tudo que sonhamos viver e do agora, de todos que já dividiram conosco a caminhada ou que simplesmente em um dado momento, bom ou ruim, cruzou nossos passos.
O nada é uma imensidão de tudo, de todos, de algo ou de alguém, não é esquecimento, ele está carregado de muitas memórias cheias de caminhos, rostos, momentos, sombras, de medos e desejos vividos ou não.
Somos um profundo e ininteligível poço de águas aparentemente calmas e turvas que jaz adormecido até que alguém, ou nós mesmos, cisma de atirar uma pedrinha para ver o que ocorre, ou se ainda há água para matar a sede. Aí se formam aqueles anéis circuncêntricos que neste caso vão narrando nossa história e despertando cada um dos duendes adormecidos, arrinconados em cantos de nossa memória e, que ali estavam catalépticos a espera do beijo mágico do príncipe ou da princesa (depende do gênero) para despertar e causar, na maioria das vezes, um desastre em nossa vida, que transcorria tão mansa como um dia sem nuvens. Um poço que parecia vazio e estava repleto de tudo e de todos, que de aí vão saindo num espiral furioso como um redemoinho destes que costumam trazer em seu bojo o moleque risonho das fábulas brasileiras, o saci! Num revoar de folhas secas que se havia amontoado para queimar depois no fogo das saudades dormidas.
Assim é o nada, é o vazio. Somos nós disfarçados de natureza morta retratados na tela do tempo.
Isiara Mieres Caruso
Dez 2004
O nada está repleto de tudo e de todos. De tudo que já vivemos, de tudo que sonhamos viver e do agora, de todos que já dividiram conosco a caminhada ou que simplesmente em um dado momento, bom ou ruim, cruzou nossos passos.
O nada é uma imensidão de tudo, de todos, de algo ou de alguém, não é esquecimento, ele está carregado de muitas memórias cheias de caminhos, rostos, momentos, sombras, de medos e desejos vividos ou não.
Somos um profundo e ininteligível poço de águas aparentemente calmas e turvas que jaz adormecido até que alguém, ou nós mesmos, cisma de atirar uma pedrinha para ver o que ocorre, ou se ainda há água para matar a sede. Aí se formam aqueles anéis circuncêntricos que neste caso vão narrando nossa história e despertando cada um dos duendes adormecidos, arrinconados em cantos de nossa memória e, que ali estavam catalépticos a espera do beijo mágico do príncipe ou da princesa (depende do gênero) para despertar e causar, na maioria das vezes, um desastre em nossa vida, que transcorria tão mansa como um dia sem nuvens. Um poço que parecia vazio e estava repleto de tudo e de todos, que de aí vão saindo num espiral furioso como um redemoinho destes que costumam trazer em seu bojo o moleque risonho das fábulas brasileiras, o saci! Num revoar de folhas secas que se havia amontoado para queimar depois no fogo das saudades dormidas.
Assim é o nada, é o vazio. Somos nós disfarçados de natureza morta retratados na tela do tempo.
Isiara Mieres Caruso
Dez 2004
Escrito no muro
A escrita no muro retrata,
triste,
o nome de Roberta,
no coração transpassado pela seta
imersa na ausência do outro nome apagado,
pelo abandono de Eduardo.
07/06/2005
triste,
o nome de Roberta,
no coração transpassado pela seta
imersa na ausência do outro nome apagado,
pelo abandono de Eduardo.
07/06/2005
Ampolleta
Los días pueden seguir naciendo,
las noches los siguen en muerte.
La muerte de las horas llenas,
siguen el compás del tiempo,
cortado en rebanadas,
por el reloj atento
a los segundos,
a los minutos
a las horas
a los días
y
así siguen
los hombres,
atentos al reloj,
que le separa en dos,
en tres, o en muchos más,
para nacer en cada aurora,
para morirse en fin a cada instante,
grano por grano con la arena que cae
lentamente llenando el tiempo que se agrieta.
Isiara Mieres Caruso
26/11/2004
las noches los siguen en muerte.
La muerte de las horas llenas,
siguen el compás del tiempo,
cortado en rebanadas,
por el reloj atento
a los segundos,
a los minutos
a las horas
a los días
y
así siguen
los hombres,
atentos al reloj,
que le separa en dos,
en tres, o en muchos más,
para nacer en cada aurora,
para morirse en fin a cada instante,
grano por grano con la arena que cae
lentamente llenando el tiempo que se agrieta.
Isiara Mieres Caruso
26/11/2004
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