segunda-feira, dezembro 28, 2009

Farol da Barra do Rio Grande



Sentinela silencioso
da entrada da barra.
Silencioso e luminoso,
marcando dia após dia
a estrada estreita de águas,
que entre os rochedos se deita.
Sentinela silencioso,
que em sua passividade
vigia nossa cidade
e o oceano espreita.
Calado,
estendendo seu facho de luz,
parece dizer rodando,
pintando pedaços de céu:
Estou aqui!
Estou aqui!
Estou aqui!
E os cargueiros
no escuro das águas
agradecem apitando:
Já te vi!
Já te vi!
Já te vi!

imagem do site: www.popa.com.br

quinta-feira, junho 18, 2009

A voz do silêncio


A sinfonia do silêncio
amanheceu na retina da noite,
violou meus sentidos,
adormecidos...
cansados dos ruídos da vida,
do seu açoite.
De quimeras...
cansada.
A voz do silêncio
acalentou meu coração,
acomodou meus ais,
num doce abraço,
de silêncios ocos
de palavras mudas,
de marcas transpassadas.

segunda-feira, maio 25, 2009

Culpas


Culpas são duendes tristes,
que habitam as almas.
Não dormem, não têm calma.
Espreitam... vigiam as palavras
saltam ao peito, como armas afiadas,
que cortam e apunhalam por dentro...
como garras em riste,cravadas.

sábado, março 28, 2009

La maleta

Estoy de partida
Recojo mis nada,
Dejo todo detrás.
Desordeno el desván,
Revuelvo el mobiliario
En busca de algo más.
La maleta vacía
Esta sobre la cama.
Y sola, me espía.
No llevo recuerdos,
No quiero nostalgias.
Solo quiero esperanza
De una nueva vida
Repienso.
Busco.
Abro cajas,
Gavetas.
Y la maleta vacía.
Proyecto mi ida.
Estoy de partida,
Solo quiero paz.
Resuelvo.
Ni a ella quiero llevar


Isiara Mieres Caruso
Traducción : Antonio Capuzzi
en 25/03/2009

A mala

Estou de partida.
Recolho meus nada,
deixo tudo para trás.
Desarrumo o sótão,
revolvo os entulhos,
em busca de algo mais.
A mala vazia
está sobre a cama.
E, sozinha me espia.
Não levo lembranças,
não quero saudade.
Eu quero esperança
de uma nova idade.
Repenso.
Procuro.
Abro caixas,
gavetas.
E a mala vazia.
Projeto minha ida.
Estou de partida,
eu quero paz.
Resolvo.
Nem ela quero levar.


1999

sábado, janeiro 24, 2009

Lua cigana


Falo contigo, lua distante,
já que minha voz não é constante,
costuma ficar assim emudecida.
Digo a ti palavras de luzes cintiladas,
destas que não precisam ser faladas,
como teu rastro de eterna caminhada.
Falo à lua caminhante,
nômade de todas as estradas,
das dores e mágoas,
estrelas sufocadas.
Lua cigana,
luz das madrugadas,
mistério das manhãs.
Como eu,
mulher enamorada!

16/01/2009